Organização do Tour de France anuncia oficialmente mudança na etapa final, Jonas Vingegaard não aprova; confira o novo percurso
O Tour de France de 2025 apresentará uma grande mudança na tradicional etapa final. Após rumores crescentes, a organizadora ASO, confirmou oficialmente nesta quarta-feira, que a icônica subida de Montmartre será incorporada ao trajeto decisivo. Os detalhes foram apresentados em uma coletiva de imprensa realizada em Paris nesta manhã.
A chegada nos Champs-Élysées permanece
A tradicional última etapa, marcada para o domingo, 27 de julho, manterá seu formato curto com 132,3 km de extensão. A chegada nos Champs-Élysées permanece garantida, celebrando sua 50ª aparição como palco final da corrida.

No entanto, a novidade que agita o pelotão é a inclusão da Côte de la Butte Montmartre, uma subida de paralelepípedos com 1,1 km e inclinação média de 5,9%, lembrada por seu protagonismo na prova de estrada dos Jogos Olímpicos de Paris 2024.
O percurso inclui 6 voltas no circuito final da capital francesa. Três dessas voltas passam pela Butte Montmartre: a primeira a 40 km da linha de chegada, e a última apenas 6 km antes do fim. Isso poderá alterar drasticamente a dinâmica da etapa, historicamente marcada por sprints em massa.

Mais que um desfile: a etapa final poderá decidir a classificação geral
O diretor do Tour, Christian Prudhomme, destacou o simbolismo de Montmartre no contexto olímpico: “A imagem dos ciclistas em Montmartre foi o símbolo dos últimos Jogos Olímpicos”, afirmou.
“Não foi por acaso que a cena foi comparada a pinturas famosas. Percebemos que a única maneira de incluir Montmartre no Tour era por meio do legado olímpico.”
Para Prudhomme, a alteração não apenas homenageia Paris, como também adiciona um tempero competitivo à etapa final: “Uma batalha entre os candidatos à classificação geral seria fantástica”, comentou.

Jonas Vingegaard não aprovou a mudança
A mudança, no entanto, não agradou a todos. Remco Evenepoel, medalhista olímpico em Montmartre em 2024, foi direto: “Um obstáculo desnecessário”, criticou.
O bicampeão Jonas Vingegaard também demonstrou reservas: “Durante as Olimpíadas funcionou, mas eram só 50 ciclistas. No Tour serão 150 tentando disputar espaço em uma subida estreita. Vai aumentar o estresse.”
Por outro lado, há quem aprove a novidade. Christophe Roodhooft, dirigente da Alpecin-Deceuninck — equipe de Mathieu van der Poel e Jasper Philipsen —, elogiou a decisão, considerando a mudança empolgante.
Prudhomme rebateu as críticas com serenidade: “Sempre haverá quem diga que não era necessário. Mas se isso lhes render uma vitória, vão mudar de ideia. Sonho que Montmartre, graças aos Jogos Olímpicos, se torne uma tradição no Tour, como os Champs-Élysées.”