Pentacampeão do Tour revela sua opinião sobre Tadej Pogacar “ele pode me superar, mas não deve subestimar Jonas Vingegaard”
Miguel Indurain, pentacampeão do Tour de France (1991, 1992, 1993, 1994 e 1995), esteve recentemente em Corvara, uma pitoresca cidade no norte da Itália, para acompanhar a Maratona das Dolomitas. Este evento histórico, em sua 37ª edição, percorre um trajeto desafiador de 138 quilômetros com 4.200 metros de desnível acumulado.
Durante sua visita, Indurain concedeu uma breve entrevista à Gazzetta dello Sport, na qual refletiu sobre a evolução do ciclismo desde os anos 90 e as perspectivas de Tadej Pogacar para superar suas próprias vitórias no Tour de France.
Ciclismo é um esporte global
“Hoje o ciclismo é um esporte global. Nos meus tempos, tudo ou quase tudo acontecia na Itália, França e Espanha. Atualmente, os corredores têm acesso às melhores tecnologias: capacetes, rodas… e tudo com materiais incríveis”.
“Quando ganhei meus Tours, mal tínhamos um monitor de frequência cardíaca. Não digo isso com pesar; cada um tem seu tempo. Minha equipe, a Banesto tinha 20 a 25 pessoas, hoje as equipes com orçamentos maiores chegam facilmente a 100,” comentou o navarro.
Novos alimentos
Indurain também destacou as mudanças significativas na alimentação dos atletas. “Em 1992, começamos a tomar os primeiros sais minerais e comprimidos de glicose. Nossa única preocupação era lembrar de comer um sanduíche, e isso acontecia muitas vezes. Hoje, esses jovens são muito fortes e têm à disposição produtos que os ajudam muito.”
“Pogacar não deve subestimar Vingegaard”
Neste Tour de France, Pogacar assumiu a liderança da classificação geral, 33 segundos à frente do belga Remco Evenepoel e 1min 15seg à frente do dinamarquês Jonas Vingegaard. Indurain foi direto sobre as chances de Tadej Pogacar.
“Eu o vejo bem, este pode ser o ano dele. Mas ele deve ter cuidado para não subestimar Vingegaard. O esloveno é jovem e começou a vencer muito cedo; não ficaria surpreso se ele superasse minhas cinco vitórias no Tour de France”.
“Pogacar não deve ter muitos anos pela frente”
“No entanto, não acredito que ele tenha muitos anos pela frente; estar nesses níveis exige um esforço físico e mental quase sobre-humano”, afirma surpreendentemente Indurain.
“Depois de 10 anos correndo tão intensamente, sua mente pode simplesmente dizer que é hora de parar”, finalizou o pentacampeão do Tour de France.
