POLÊMICA NO MTB BRASILEIRO: A Fibra de Carbono pode quebrar tão facilmente? Caso Avancini e desdobramentos

Após a polêmica com a quebra do quadro de Henrique Avancini durante um dos principais eventos de MTB do Brasil, as discussões nas redes sociais foram intensas. Todo o tipo de teoria foi apresentada para justificar o ocorrido.

Traremos aqui, um breve relato das principais características dessa tecnologia que há anos vem revolucionando não somente o ciclismo, mas outras modalidades esportivas que trabalham com essa relação PESO/RESISTÊNCIA.

Momento da queda de Henrique Avancini

Origem da Fibra de Carbono

A Fibra de carbono como conhecemos hoje foi desenvolvida na década de 1950 por Roger Bacon, cientista britânico da empresa de materiais aeroespaciais British Petroleum. Ele descobriu que a fibra de carbono poderia ser produzida a partir da polimerização de fibras de acrilonitrila. Essas fibras eram aquecidas a altas temperaturas em uma atmosfera sem oxigênio, o que fazia com que os átomos de hidrogênio e oxigênio fossem removidos, deixando apenas o carbono puro.

Outro caso de quebra do Carbono. Agora no ciclismo Profissional World Tour

Fibras de carbono de alta qualidade são projetadas para serem muito resistentes à tração, compressão e torção, o que as torna ideais para aplicações em bicicletas de alto desempenho e equipamentos esportivos. Apesar do preço, que muitas vezes superam milhares de dólares, essa alta qualidade, tem limites. Assim, essas fibras, apesar de toda a tecnologia, podem quebrar, se forem submetidas a cargas excessivas ou a impactos fortes o suficiente para causar danos no material. Lembrando, que é muito difícil prever todos os ângulos, alturas, impactos e quedas que a bicicleta será submetida durante o uso do consumidor.

Normalmente os testes utilizados fazem uso de máquinas, para reproduzir qual a resistência do quadro ou nos equipamentos em geral. Alguns autores citam que para pulos assim, como este, a tecnologia empregada na bike deveria ser a mesma das bikes de Downhill, já que a altura em que ocorreu a queda não seria comum em provas como essa. No entanto, assim alteraríamos aquela relação PESO/RESISTÊNCIA que falamos anteriormente, pois fatalmente muito peso seria acrescentado à bicicleta.

Outro aspecto interessante, diz respeito ao aumento considerável de “Recalls” das fábricas(mesmo aquelas de renome internacional), com a alegação de possíveis problemas de fábrica. Percebemos no vídeo em questão que a quebra ocorreu logo após um “Jump”, ou seja, pulo. Com certeza, esse foi o momento chave para a falência do material, onde a energia estava toda atrás e o equipamento não foi capaz de suportar. Na verdade, antes de fazermos acusações para esse ou aquele fabricante, devemos procurar entender e ouvir o que os responsáveis sobre esses eventos têm a dizer, pois as variáveis envolvidas em situações como essas são muitas e não é de tão simples solução. Fica sim, um gosto amargo, de o maior ídolo do MTB nacional, ter que passar por uma situação como essa.

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