Polêmica regra obriga ciclistas a diminuírem velocidade em Contrarrelógios já em vigor no Reino Unido
O ciclista Alex Dowsett afirmou que não vê problemas na nova regra de limite de velocidade de 20mph (milhas por hora) estabelecida pela Cycling Time Trials (CTT), órgão que governa os contrarrelógios no Reino Unido. A regulamentação, anunciada na última terça-feira, exige que todos os ciclistas participantes de Contrarrelógios nas estradas britânicas diminuam a velocidade ao passar por zonas de 20mph.
As mudanças trazidas pela nova regra
Segundo a CTT, a decisão de introduzir esta regra nasceu do consenso de que as zonas de 20mph e os contrarrelógios são “incompatíveis”. Por isso, qualquer trajeto que inclua uma parte significativa nessas zonas deverá ser evitado, caso exista uma alternativa disponível.
A nova regulamentação deve causar polêmica entre os ciclistas no Reino Unido. Porém, Dowsett, que já foi várias vezes campeão nacional de contrarrelógio, disse ao site britânico Cycling Weekly que considera a medida um passo lógico para preservar o futuro da modalidade nas estradas britânicas.
A visão na prática
“Eu não acho que muda muita coisa, para ser honesto, e é a coisa certa a se fazer,” afirmou ele. “Vamos perder alguns trajetos por causa dos limites de 20 mph, haverá questionamentos em relação aos limites de 30mph, mas acho que a maioria dos trajetos são em estradas com limites nacionais de velocidade”.
“Eu não estou necessariamente falando de rodovias duplicadas, mas de estradas do interior onde o tráfego é mínimo. Imagino que um limite de velocidade de 20mph reflete um alto volume de tráfego, o que é um ponto de partida inviável para um trajeto.”
A resposta do CTT
A CTT justificou sua nova orientação explicando que a maioria dos competidores nos contrarrelógios britânicos costuma andar entre 20 e 30 mph. A entidade reconheceu que andar em altas velocidades pode “causar indignação pública”, além de representar um risco potencial tanto para outros usuários da estrada quanto para os próprios ciclistas.
“Esse tipo de conduta poderia fazer com que o governo revisse a atual permissão para a realização de contrarrelógios em vias públicas, expor ciclistas e organizadores a possíveis processos civis e criminais e invalidar o seguro que a CTT mantém para os participantes dos contrarrelógios”, diz o comunicado.
De acordo com Dowsett, após ler a nova informação ele sentiu que é um movimento sensato da CTT a longo prazo. “De qualquer maneira, é correto que um órgão governante nacional deveria encorajar o cumprimento dos limites de velocidade e das leis para proteger nosso esporte a longo prazo”, concluiu.