Presidente da UCI confirma polêmico teste com redução de velocidade “um teste está previsto para o final do ano”
Diante de um cenário de corridas cada vez mais velozes, impulsionadas por avanços tecnológicos em equipamentos e pelo treinamento de atletas de alto nível, o presidente da União Ciclista Internacional (UCI), David Lappartient, sinaliza a necessidade de medidas para diminuir os riscos de acidentes graves.
Embora cético em relação a algumas propostas, como a limitação de marchas, Lappartient confirma que testes serão realizados em competição para avaliar sua viabilidade.
Wout van Aert e o apelo por limitação de marchas
A discussão sobre a limitação de marchas ganhou destaque com o posicionamento de ciclistas como Wout Van Aert. Em entrevista ao L’Equipe após sua queda na Dwars door Vlaanderen 2024, Van Aert defendeu a medida.
“Se você estiver nesta descida (que leva a Kanarieberg) com uma relação de marcha limitada, ninguém consegue se mover. Hoje, a evolução é tão grande que você ainda pensa em ultrapassar”, argumentou o ciclista.

“Um teste está previsto em uma competição, no final do ano”
Apesar das reservas pessoais, o presidente da UCI, David Lappartient, anunciou em entrevista ao Ouest-France que a proposta de limitação de marchas será testada em competição até o final do ano.
“De fato, as corridas estão cada vez mais rápidas. Funciona de forma diferente, os equipamentos são muito mais eficientes, isso também é uma realidade. Os corredores também são muito bem treinados”.
“Reduzir a velocidade, em termos gerais, é uma espécie de antítese de uma corrida de bicicleta, entretanto, um teste está previsto para uma competição, no final do ano”.
“Eu pessoalmente tenho reservas quanto a essa limitação de marchas, considerando que ela também pode modificar as características dos ciclistas, entre aqueles que conseguem girar mais e aqueles que conseguem usar marchas grandes”, ponderou Lappartient.

“Dificuldade com testes”
“Apesar disso é complicado fazer testes e tirar conclusões de um único teste, mesmo que seja em etapas e não muito longo. Porque, por definição, as estatísticas são feitas com base no volume, e não em uma única competição”, concluiu o presidente da UCI.