Principal gregário de Lance Armstrong faz novas revelações “eu odiava as transfusões, quer o sangue entrasse ou saísse”
Tyler Hamilton, ex-ciclista profissional e um dos principais gregários de Lance Armstrong, revelou novas informações sobre sua trajetória no esporte durante uma participação no popular podcast The Roadman. No episódio, ele abordou abertamente o período sombrio de sua carreira, revelando detalhes sobre o doping e suas consequências.
“Eu odiava as transfusões de sangue”
Um dos tópicos discutidos foi o uso de transfusões de sangue, método que lhe rendeu uma suspensão de 2 anos do ciclismo em 2004, após conquistar o ouro no Contrarrelógio dos Jogos Olímpicos de Atenas.
No entanto, ele revelou o desconforto que sentia com o procedimento. “Eu odiava transfusões, quer o sangue entrasse ou saísse.”
“Era tudo escondido e extremamente perigoso”
Hamilton lembrou como foi introduzido ao doping, inicialmente revelou que os métodos utilizados eram para o seu bem-estar físico. “No começo falaram que era para cuidar do meu corpo, que era para a minha saúde”, explicou ele. No entanto, as práticas logo evoluíram para algo muito mais sério e arriscado.
“A partir de 1998 era tudo escondido e extremamente perigoso, eu ficava sentado e pensando: O que estou fazendo é uma loucura. Eu me sentia sujo”.
“No entanto, você arregaça as mangas, se esforça e coloca isso na cabeça. Achei que era o que precisava para competir, todo mundo fazia”, complementa Hamilton.
A Busca pela Independência
Tyler Hamilton também revelou sua tentativa de sair da sombra de Lance Armstrong. Após se destacar em várias edições do Tour de France, decidiu deixar a equipe de Armstrong em 2001, para buscar uma posição de liderança.
Primeiramente, ingressou na equipe CSC, e mais tarde na Phonak (2004), onde pretendia competir diretamente contra Armstrong. No entanto, a sua ambição foi frustrada pelo envolvimento com o doping logo em seu primeiro ano na Phonak Hearing Systems.
“Lance Armstrong usou de tudo: EPO, testosterona e transfusões de sangue”
Durante o podcast, Hamilton também abordou sua relação com Armstrong e o uso de substâncias proibidas na equipe do texano.
“Ele pegou coisas de todo o mundo: EPO, testosterona, transfusões de sangue…”. Apesar do afastamento de Armstrong ao longo dos anos, Hamilton admitiu ter desenvolvido empatia por ele.
“Não guardo rancor dele. A vida é muito melhor quando você perdoa. Ele passou por muitas coisas que eu não sabia, até sofreu assédio do padrasto. Quando entendi, senti empatia e entendi o que ele estava fazendo”, encerrou o estadunidense.