Rei da Montanha do Giro d’Italia fala sobre os sacrifícios de um ciclista profissional “somos limitados, você corre e fica dolorido”
Na ausência de Remco Evenepoel, Mikel Landa, de 35 anos, tornou-se a grande estrela da Soudal-Quick Step na apresentação em Calpe. Com apenas um ano na equipe, o basco apresentou bom desempenho e garantiu a confiança da equipe para ser o capitão no próximo Giro d’Italia, conforme ele revelou ao jornal espanhol MARCA.
Entretanto, o Rei da Montanha do Giro em 2017, revelou também os desafios de ser um ciclista profissional, que acaba limitando a prática de outras atividades, diferente de atletas de outras modalidades.
“Cada vez que falo do Giro, coloco um sorriso no rosto”
Para Landa, o Giro d’Italia sempre foi especial. “Sim, traz boas lembranças. Acho que foi lá que me destaquei. Lá descobri uma nova faceta”.
“Cada vez que falo do Giro, coloco um sorriso no meu rosto. Este ano quero muito voltar”, comentou Landa, lembrando de sua performance no Giro 2015, onde venceu 2 etapas e finalizou na 3ª posição da Classificação Geral.
Após várias participações no Tour de France e na Vuelta a España, o ciclista revelou que sentiu a necessidade de retornar à competição italiana. “Conversamos um pouco. Compartilhamos ideias. Já fizemos anos o Tour e a Vuelta e queria voltar ao Giro, do qual sentia falta”, explicou Mikel Landa.
Um Giro d’Italia clássico
Apesar das boas performances no Giro, Landa admite que vencer não é simples. “Vencer é uma palavra grande, mas teve alguns anos que foram muito bons e no final, por um motivo ou outro, não consegui testar ao máximo as minhas possibilidades”, afirmou Landa.
“É um Giro muito clássico. Eles deixaram tudo para o final. Teremos que superar as primeiras etapas com sprints e assim tentar chegar à parte decisiva no topo”, complementou o capitão da Soudal Quick-Step.
Sacrifícios para ser um ciclista profissional
O planejamento de Landa para a temporada inclui cuidados estratégicos para alcançar o auge da forma física. “Vou começar na Strade Bianche, depois na Tirreno-Adriatico, estarei na Volta a Catalunya também e depois não farei nada, até o Giro d’Italia. Quero fazer bem o Giro e o Tour”, afirmou.
Ele também destacou os sacrifícios necessários para esses desafios e ser ciclista profissional. “Você vive constantemente cansado. No final, são muitas horas de treino dia após dia. Você acumula um cansaço que considera normal”.
“Agora, na pré-temporada, você aproveita para ficar mais tranquilo. Mas num grande evento como o Tour ou a Vuelta , qualquer minuto sentado é melhor do que em pé.”
“Você corre e no dia seguinte fica dolorido”
Apesar de se dedicar exclusivamente ao ciclismo, Landa sente falta de praticar outros esportes. “O que mais sinto falta é de poder praticar outros esportes. Vejo motociclistas ou pilotos de F1 que praticam todo tipo de esporte: correm, andam de bicicleta, nadam… é disso que mais sinto falta”.
“Somos mais limitados. Um dia você corre e no dia seguinte fica dolorido. Gosto de caminhar, nadar e pouco mais porque a cada ano você se limita mais”, desabafou.
Ainda assim, o basco guarda um objetivo inatingido: “Eu teria gostado de comandar os três grandes por um ano. Essa dor permanecerá comigo, embora ainda tenha tempo”, concluiu Mikel Landa.