Tadej Pogacar admite um momento de fraqueza durante a temporada “perguntei ao carro de apoio quantas voltas faltavam, foi um alívio”

Em 2024, Tadej Pogacar consolidou seu nome como uma das maiores lendas do ciclismo, ao alcançar a rara “Tríplice Coroa”, vencendo o Giro d’Italia, o Tour de France e o Campeonato Mundial de Ciclismo em Zurique.

Essa façanha, que não era realizada desde a década de 1980, coroou a temporada de Pogacar, como uma das mais impressionantes já vistas no ciclismo.

“Foi uma das melhores corridas que já fiz”

Embora suas conquistas nas Grandes Voltas tenham sido marcantes, a vitória no Campeonato Mundial de Zurique destacou-se por seu estilo agressivo e estratégico. Pogacar lançou um ataque a 100 km do final, enfrentando ciclistas de alto nível como Mathieu van der Poel e Remco Evenepoel. Essa ousadia transformou sua vitória no Mundial em um dos momentos mais memoráveis da temporada.

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Pogacar ataca a 100km da chegada

“Foi uma das melhores corridas que já fiz. Para mim, foi tudo tão incrível,” declarou Pogacar em conversa com o podcast Inside the Ring, da MyWhoosh. O ciclista nº1 da UAE Team Emirates analisou a intensidade de toda a temporada. “Mas a temporada inteira foi uma loucura”, complementou Pogacar.

“Quantas voltas faltam?”

A conquista do título mundial teve momentos de alta tensão, especialmente nas voltas finais, quando os perseguidores começaram a diminuir a vantagem de Pogacar, e ele aparentava estar próximo de seu limite físico. “Eu estava preocupado uma volta antes da última, acho,” relembrou.

“Cheguei ao topo da subida na penúltima volta e perguntei ao carro de apoio: ‘quantas voltas faltam? É só uma ou são duas?’ Eu realmente esperava que ele dissesse que era a última, e sim foi um alívio,” afirmou o esloveno, sem conter o riso.

Ainda assim, o esforço foi imenso: “Eu já estava quase perdendo o foco, mas sabia que, se mantivesse uma boa margem no topo da última subida, eu poderia conseguir. Sempre existe a chance de te pegarem, mas quando cheguei aos 10 km finais, fiquei mais tranquilo. Só tive certeza mesmo no último quilômetro,” explicou Pogacar.

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Surpresa com fuga: “a corrida explodiu”

Curiosamente, ao contrário de outros competidores que esperavam até a volta final para atacar, uma forte fuga liderava a prova e Pogacar optou por atacar a 100 km do final, surpreendendo o pelotão. “A corrida explodiu! Felizmente, eu tinha o Jan Tratnik no grupo da frente, mas pensei: ‘talvez esse movimento não seja perfeito. Eram 20 ciclistas, todos com potencial de vencer,’” relembrou o esloveno.

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Jan Tratnik deixou o grupo da fuga para conduzir seu capitão, Tadej Pogacar à fuga

No entanto, a ousadia de Pogacar foi recompensada, e ele revela que evitou o “erro Jan Christen”, uma referência ao ciclista suíço que liderou a corrida sub-23, mas acabou perdendo a vantagem nos quilômetros finais, sendo ultrapassado pelo grupo vitorioso.

Calções brancos ou pretos? “Branco só se eu estiver magro”

Com a conquista da camisa arco-íris, uma dúvida comum entre ciclistas campeões surgiu: usar calções brancos ou pretos? “Até agora, já corri duas provas. Em Emilia choveu, então tive que usar calções pretos, e em Il Lombardia, felizmente o tempo estava bom,” comentou Pogacar. E sobre os calções brancos, ele brincou: “Com branco, só se eu estiver magro eu fico bem. Caso contrário, branco dá uma impressão de que você parece maior!”

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