Treinador da UAE Team Emirates descreve o retorno da equipe após as férias “nunca ultrapasse a zona 3”
Após as férias de inverno e um merecido descanso, os ciclistas profissionais iniciam o retorno à forma física, enfrentando o desafio de recuperar o desempenho ideal.
Esse período de inatividade é marcado por relaxamento e hábitos “normais” que, embora essenciais para a recuperação mental, podem levar ao ganho de peso.
Giacomo Notari, treinador da UAE Team Emirates Gen Z, compartilhou ao site italiano Bici.pro como sua equipe trabalha para restaurar a alta performance dos atletas.
A importante zona 2 para a perda de peso
Segundo Notari, a perda de peso inicial baseia-se em atividades aeróbicas, como ciclismo, caminhadas na montanha e corrida. Ele explica:
“Caminhar na montanha é especialmente útil para manter o sistema cardiorrespiratório e circulatório treinado. Mas você perde peso principalmente andando de bicicleta.”
“O ciclismo em baixa intensidade, na chamada Zona 2, é particularmente eficaz. A Zona 2, permite que nosso corpo utilize gordura. A Zona 2 corresponde ao Fat Max, a intensidade em que o corpo consome mais gordura para manter o esforço”, detalha o treinador.
Ajustes na nutrição do atleta
Além do treino, a nutrição desempenha um papel crucial. Notari enfatiza que o corpo precisa ser “educado” para otimizar o consumo de gordura:
“Nos primeiros treinos da temporada, se sou corredor, tenho que recalibrar minha ingestão de carboidratos. Um atleta treinado pode consumir até 120 gramas de carboidratos por hora, mas nesse período ele deve reduzir as doses.”
Esse ajuste é fundamental porque o tempo para retornar ao peso competitivo é limitado. “No Training Camp de dezembro, o atleta já deve estar próximo do peso ideal, pois a intensidade dos treinos aumentará e ele precisará consumir novamente os 100 ou 120 gramas de carboidratos por hora.”
“Nunca ultrapasse a Zona 3 da frequência cardíaca máxima”
Notari reforça a importância da progressividade nas cargas de treino e afirma que em duas a três semanas, os ciclistas estarão aptos aos treinos mais intensos.
“Aconselho meus atletas a começarem com uma hora e meia, no máximo duas, e aumentarem gradualmente até as clássicas quatro horas e meia.”
Ele também recomenda um foco maior na frequência cardíaca, em vez da potência, durante as primeiras semanas.
“No início da temporada, os números de potência não são os mesmos do restante do ano. Observar os batimentos cardíacos ajuda a entender quando o coração se estabilizará novamente. Nunca ultrapasse a Zona 3, que corresponde a 75/80% da frequência máxima”, finalizou Giacomo Notari.