UAE Emirates descreve vitória épica de Tadej Pogacar “após 10 ou 11 vezes, finalmente Mathieu Van der Poel quebrou”
Tadej Pogacar (UAE Emirates-XRG) venceu seu 2º Tour de Flandres, mas a vitória veio com muitos desafios ao longo do percurso.
A equipe enfrentou quedas, perdeu ciclistas importantes e teve que modificar sua estratégia durante a prova para colocar seu capitão em posição de atacar. Ao final, Pogacar brilhou com um desempenho impressionante, vencendo o Monumento belga.
“Em corridas como essa, nunca tudo sai perfeito”
Após a chegada, os diretores da equipe, Fabio Baldato e Mauro Gianetti, explicaram ao jornal belga Het Laatste Nieuws qual era a estratégia original para a corrida: “Queríamos sobreviver com a equipe pelo menos até a segunda passagem do Oude Kwaremont.”
Gianetti acrescentou: “Esse foi um ponto importante. Com um primeiro ataque, ele queria ver como estavam as pernas da competição. Tadej não podia esperar por um sprint, então ele teve que tentar deixar todos para trás nas subidas.”
Pogacar também comentou sobre o plano e os imprevistos durante a prova: “Você pode ter o plano perfeito, mas na prática é diferente. Em corridas como essa, tudo nunca sai perfeito”.
“Estávamos um pouco em apuros, mas nunca houve pânico”
Aos 130 km do fim, tudo parecia sob controle para a UAE Emirates. No entanto, uma série de quedas mudou o cenário rapidamente. Primeiro foi Jhonatan Narváez quem caiu. Logo depois, Tim Wellens e Florian Vermeersch também foram ao chão.
“Foi uma situação difícil depois dessas quedas. Narváez, Wellens e Vermeersch eram os gregários importantes para preparar o ataque de Tadej. É por isso que estávamos um pouco em apuros, mas nunca houve pânico”, afirmou Gianetti.
“No rádio, os caras me disseram que seguiríamos o plano, mesmo tendo perdido dois ciclistas. Os outros fariam um trabalho dobrado. Mikkel Bjerg foi o responsável até o Molenberg e quase conseguiu até a segunda vez em Oude Kwaremont”.
“António Morgado e Nils Pollit foram fantásticos: eles sobraram, voltaram e então deram tudo de si novamente”, relatou Baldato.
“Eu fiz a corrida da minha vida nos bastidores” afirma Florian Vermeersch
Um dos destaques foi Florian Vermeersch, que protagonizou uma impressionante recuperação após sua queda. “Eu fiz a corrida da minha vida nos bastidores”, disse o belga no ônibus da equipe.
“Eu sofri um grande acidente na N60 e tive que esperar muito tempo por uma bicicleta. Então eu corri atrás por cerca de cinquenta quilômetros e milagrosamente voltei para a frente para fazer parte do meu trabalho.”
“Após 10 ou 11 vezes, finalmente Mathieu Van der Poel quebrou”
Baldato reconheceu o esforço coletivo, mas destacou a importância do líder: “Tadej tinha tudo sob controle, ele só precisava chegar ao segundo Oude Kwaremont e então era com ele.”
O que se seguiu foi uma verdadeira batalha. Colina após colina, ataques e contra-ataques se sucederam até que Pogacar encontrou o momento certo para desferir o golpe final. Na última passagem do Kwaremont ele deixou todos para trás, inclusive seu maior rival, Mathieu Van der Poel.
“Ele queria levar os outros ao limite, atacando o máximo possível. Na Milan-Sanremo, vimos que você não consegue tirar Mathieu com uma ou duas tentativas. Após 10 ou 11 vezes, finalmente ele quebrou”, afirma Baldato.
“Mathieu reagiu muito bem todas as vezes. E Mads também foi forte, ele sobrava, mas continuava voltando. Até que Tadej foi de novo e de novo e finalmente a primavera de todos acabou”, finalizou Mauro Gianetti.
