A União Ciclística Internacional (UCI) está analisando a possibilidade de restringir uma nova tecnologia inovadora que fornece ao pelotão uma medição altamente precisa da produção fisiológica dos atletas.
Segundo informações do portal Velo, o órgão regulador está investigando o uso de “sensores de respiração” em competições oficiais.
Ciclistas da Visma-Lease a Bike utilizam os sensores
Esses dispositivos fornecem uma leitura detalhada da produção metabólica dos ciclistas em tempo real, tornando-se uma ferramenta valiosa tanto para treinamentos quanto para corridas.
Recentemente, sensores de respiração foram vistos montados nas cintas de frequência cardíaca de ciclistas da Visma-Lease a Bike. De acordo com a Velo, outras equipes do WorldTour também estão utilizando essa tecnologia.
Monitores avaliam a profundidade e a taxa de respiração
O funcionamento desses monitores se baseia na medição da profundidade e da taxa de respiração, permitindo calcular a troca gasosa e correlacionar diretamente com o esforço metabólico do atleta. Isso os torna mais precisos e consistentes do que os tradicionais monitores de frequência cardíaca.
Acredita-se que essa inovação possa ser tão revolucionária quanto a introdução dos monitores cardíacos na década de 1970.
O impacto da nova tecnologia no ciclismo e outros esportes
Além do ciclismo, os sensores de respiração já estão sendo testados por equipes de futebol europeias de alto nível, esquiadores de cross-country. No ciclismo, quando combinados com os dados de potência, esses sensores oferecem uma nova profundidade de análise para o treinamento e uma indicação precisa da capacidade do atleta durante as corridas.
Os sensores são utilizados nas costas como parte de um colete específico ou acoplados a uma cinta de frequência cardíaca. Diferentemente dos sensores de glicose ou lactato, eles não realizam medições internas de sangue, um detalhe que pode influenciar na decisão da UCI sobre sua legalidade em competições.

Regulamentação e possível proibição pela UCI
A UCI está revisando a Regra 1.3.006, que proíbe o uso de sensores que capturam dados fisiológicos, incluindo valores metabólicos como glicose e lactato, durante as competições. Essa mesma regulamentação levou à proibição dos monitores contínuos de glicose.
A distinção entre sensores de respiração e dispositivos CGM pode ser um fator decisivo. Enquanto sensores de temperatura, suor e frequência cardíaca foram aprovados pela UCI, a falta de medição interna de sangue nos sensores de respiração pode permitir que esses dispositivos escapem de uma proibição.
De qualquer forma, independentemente da decisão da UCI, os sensores de respiração provavelmente continuarão a ser usados em treinamentos, assim como os sensores de glicemia e lactato. Fontes consultadas pela Velo indicam que a UCI iniciou discussões sobre a regulamentação desses dispositivos esta semana, e uma decisão pode ser anunciada em breve.
Confira o que diz a regra da UCI
