Vencedor da Paris-Nice é um dos ciclistas menos eficientes do pelotão “tive que esquecer minha memória muscular”
Matteo Jorgenson, ciclista americano de 25 anos, teve um primeiro ano de destaque pela equipe Visma | Alugue uma Bicicleta, conquistando vitórias impressionantes na Paris-Nice e na Dwars Door Vlaanderen.
Contudo, essa trajetória de sucesso envolveu profundas mudanças em sua técnica e mentalidade, conforme o ciclista revelou em entrevista à revista italiana Alvento.
“Você é um dos menos eficientes de todo o pelotão”
Ao ingressar na Visma, Jorgenson foi enviado ao biomecânico da equipe, em Bilbao, para uma análise detalhada de sua pedalada. “Ele me mostrou um vídeo de como pedalei no Tour de France e disse: ‘A forma como você gira os pedais, você é um dos menos eficientes de todo o pelotão’”, contou o americano.
A dura avaliação exigiu que o ciclista repensasse completamente sua técnica. “Aquele homem me disse que poderíamos melhorar, mas eu realmente tinha que investir nisso. Eu precisava querer isso, porque seria um processo difícil e nervoso”, relembrou Jorgenson.
“Tive que esquecer minha memória muscular”
“Tive que esquecer minha memória muscular e quebrar esse padrão. Se eu pudesse fazer isso, poderia fazer um grande progresso.”
Como exatamente isso funcionou? “Eu ativei certos músculos depois de pedalar de uma certa maneira por 18 anos. O que acabou por não ser o caminho certo”, afirmou o 8º colocado na Classificação Geral do Tour de France 2024.
“Ultrapassei limites que não sabia que eram possíveis”
Apesar dos desafios técnicos, Jorgenson descreveu 2024 como um ano dos sonhos. “O ponto alto do ano foi, sem dúvida, a chegada em Nice. Passei pelo meu apartamento e percebi que havia ganhado a Paris-Nice”.
“Foi uma vitória completamente inesperada e um sentimento que talvez nunca superarei. Só de pensar nisso já coloco um sorriso no meu rosto”, afirmou o americano no comunicado oficial de sua equipe.
Refletindo sobre a temporada, Jorgenson celebrou seus avanços pessoais. “Eu ultrapassei limites que não sabia que eram possíveis de ultrapassar. Também me conheci melhor. Agora entendo o que preciso para ter sucesso”, declarou.
“Um dia espero participar da classificação geral de um Grand Tour. Digo isso porque mudei um pouco minha perspectiva este ano. Não tive um único dia ruim durante o Tour. Claro que houve momentos mais difíceis, mas nunca desabei. Então, um dia eu quero ir em frente”, finalizou Matteo Jorgenson.