Vencedor da Paris-Nice não acredita em vitória em Grand Tour e critica equipe anterior “eu fazia tudo sozinho”
Matteo Jorgenson se sente limitado quando o assunto é competir em Grand Tours, devido a sua altura. O americano tem 1m 90cm de altura.
Vitória na Paris-Nice
O ciclista americano surpreendeu a todos ao vencer a Paris-Nice no mês passado. A competição tinha 8 etapas e o americano superou ninguém menos que Remco Evenepoel na vitória. O resultado imediatamente levanta questões sobre sua capacidade de repetir tal desempenho em competições de três semanas.
Em entrevista ao Cycling Weekly, Jorgenson esclareceu que nunca havia considerado ter ambições em Grand Tours, acreditando que tais competições estão além do alcance de ciclistas com seu biotipo.
“Para um cara do meu tamanho, passar três semanas com tanta demanda de energia seria um grande desafio”, afirmou o jovem de 24 anos. “Minha estrutura é significativamente maior do que a da maioria dos competidores, e é difícil visualizar como manteria esse nível por três semanas.”
Miguel Indurain foi último ciclista alto de sucesso
As incertezas sobre as chances da equipe Visma-Lease a Bike nesta temporada aumentaram com a saída de Primož Roglič, tricampeão da Vuelta a España, e a lesão do atual campeão do Tour de France, Jonas Vingegaard.
Sepp Kuss, vencedor da Vuelta no ano passado, é esperado para assumir um papel de liderança, mas Jorgenson não se vê como uma opção principal.
“Não vemos um ciclista do meu porte vencendo Grand Tours desde talvez Induráin”, observou o americo comparando-se com Miguel Indurain (5x vencedor do Tour de France), que possui 1m 88cm.
“Com as demandas energéticas atuais, a transição de um ciclista como Jonas para alguém como eu exige um consumo muito maior de energia para enfrentar as etapas de montanha.”
Jorgenson tem se destacado nesta temporada. Após sua vitória no Paris-Nice, ele assumiu a liderança da eequipe para a Clássicas, devido às lesões de Wout van Aert, e venceu a Dwars Door Vlaanderen.
Surpresa com uma grande equipe
Sua entrada na Visma-Lease a Bike representou uma evolução significativa em sua carreira. “Tem sido uma experiência incrível”, disse Jorgenson.
“Não tinha ideia da amplitude das funções dentro de uma equipe de ciclismo. Por exemplo, o chefe de vestuário, Paul Martens, é responsável por todo o vestuário de ciclismo, um papel que eu nem sabia que existia.”
“Se eu estivesse em uma equipe como estou agora, provavelmente não teria noção de tudo o que acontece nos bastidores”, acrescentou. “Para mim, a Visma-Lease a Bike oferece o melhor ambiente possível. Isso me deixa mais feliz e facilita meu trabalho.”
“Na Movistar eu fazia tudo praticamente sozinho”
No ano passado, na equipe Movistar, Jorgenson investiu seu próprio dinheiro em sua preparação, utilizando todo o seu salário de janeiro a junho em treinamentos e equipamentos. “Estava determinado a entrar para uma das melhores equipes”, explicou. “Vi esse ano como uma oportunidade para dar tudo de mim.”
Ele destacou os desafios de treinar sozinho, desde a organização de acampamentos em altitude até a coordenação da logística e alimentação após treinos intensos.