Na época tumultuada da Segunda Guerra Mundial, o Tour de France viu-se forçado a silenciar sua magia ciclística. A resistência dos organizadores à realização do evento sob a sombra da ocupação alemã na França reverberou em uma pausa involuntária. O ano de 1940 estava destinado a receber o espetáculo das bicicletas, mas os rumos da guerra desmantelaram esse sonho. Os alemães, em gesto insólito, tentaram abrir fronteiras entre o norte ocupado e o sul francês para manter uma normalidade fictícia, uma oferta rejeitada pela L’Auto. Num cenário de substitutos, outras competições surgiram. Após o conflito, L’Auto fechou suas portas, deixando a organização do Tour sob os auspícios do governo francês. Dois jornais esportivos se lançaram na corrida pelos direitos, culminando num pequeno Tour de cinco etapas, com a L’Équipe sagrando-se a vitoriosa. Assim, em 1947, o Tour de France renasceu pelas mãos da L’Équipe.
Antes do Silêncio das Rodas
A Europa, pré-Segunda Guerra, já sentia os respingos políticos no ciclismo do Tour de France. Itália, Alemanha e Espanha recusaram-se a enviar equipes para o Tour de France de 1939, influenciadas por razões políticas. Gino Bartali, o campeão de 1938, viu-se entre os afetados. Desgrange e Goddet, figuras-chave na organização, alinharam o Tour para agosto de 1940, sem imaginar o interregno que se aproximava.
Corridas em Tempos Sombrios
- Tour de France de 1940
- Tour de France de 1941
- Tour de France de 1942
- Circuit de France 1942
- Tour de France de 1943
- Grand Prix du Tour de France 1943
- Grand Prix du Tour de France
Neste contexto conturbado, as edições planejadas e realizadas durante a ocupação tornam-se registros de uma era ciclística interrompida pela brutalidade da guerra.