Alberto Contador questiona preparação de Tadej Pogacar “não é a melhor para o Tour de France, se eu fosse a UAE teria medo”
Tadej Pogacar protagonizou mais uma das dominadoras vitórias em clássicas no último domingo, demonstrando, mais uma vez, uma superioridade impressionante sobre seus concorrentes.
Alberto Contador, lenda do ciclismo e vencedor de três Grand Tours, não poupou elogios ao talento do atleta da UAE Emirates-XRG. Contudo, o espanhol levantou algumas questões sobre a estratégia da equipe na preparação sobre os próximos desafios, especialmente o Tour de France.
“Estou convencido que a preparação de Tadej não é a melhor para o Tour de France”
O calendário de competições de Tadej Pogacar neste início de temporada tem se mostrado particularmente intenso. Alberto Contador expressou suas preocupações em declarações ao Eurosport France, sugerindo que a abordagem adotada pode não ser a melhor para o Tour de France.
“Estou convencido de que a preparação que Tadej está realizando, com este calendário de quase 2 meses de competições, não é a melhor preparação para o Tour de France”.
“Veremos como o desgaste pode cansá-lo”
“Veremos como o desgaste derivado deste calendário tão disperso em termos de dias de corrida, mas tão exigente ao mesmo tempo, pode cansá-lo.”
Até o momento, o esloveno já acumula 14 dias de competição em 2025. Antes da principal prova do calendário, ainda está prevista a sua participação no Critérium du Dauphiné.
Apesar disso, o número de dias de competição é inferior ao registrado no ano anterior, quando Pogacar também disputou o Giro d’Itália, o que naturalmente elevou o desgaste prévio ao Tour.
“Se eu fosse a UAE Emirates, ficaria com medo com o esforço constante dele”
Além do potencial esgotamento físico, Contador também apontou para um possível desgaste psicológico decorrente da constante pressão e exigência imposta a Pogacar.
“Se eu fosse a UAE Emirates, ficaria com medo com o esforço constante dele. Em todas as corridas, ele é o favorito, mas precisa superar rivais como Remco (Evenepoel) ou (Mathieu) Van Der Poel”.
“Em corridas de uma semana, a vantagem é que você pode descansar e digerir. Se você corre as clássicas como a Milan-Sanremo e tem duas semanas de folga, precisa treinar muito duro, o que é psicologicamente exaustivo”, analisou o ex-ciclista.
“Só podemos agradecer ao Pogacar”
Apesar de levantar estas potenciais problemáticas, Alberto Contador sempre demonstrou grande admiração pelo talento e pela audácia de Tadej Pogacar. Durante a apresentação da Vuelta a España, o espanhol já havia expressado seu apreço pelo estilo de corrida do esloveno.
“Sempre gostei de ciclismo de ação, de ciclismo ousado. Só podemos agradecer ao Pogacar. Que um ciclista assuma o risco que assumiu no Campeonato Mundial, arriscando uma queda tremenda…”
“Que ele nos delicie com um espetáculo como esse, colocando a vitória em risco, acho que devemos aplaudir e curtir”, finalizou Alberto Contador.
