Alonso tentou comprar equipe de ciclismo e acabou saindo com fracasso e xingamentos

O piloto de Fórmula 1, Fernando Alonso, teve sua incursão no ciclismo marcada por fracassos e polêmicas. O ex-gestor da extinta equipe Euskaltel-Euskadi, Igor Gonzalez de Galdeano, não poupou críticas ao astro espanhol, apontando falhas em sua abordagem no mundo das bicicletas.

Alonso, inicialmente destinado a assumir o projeto Euskaltel, viu as negociações desmoronarem, optando então por iniciar uma equipe do zero para a temporada de 2015. O colapso nas negociações com a Euskaltel permaneceu envolto em mistério, mas Galdeano, em entrevista ao diário espanhol AS, ofereceu sua visão sobre os acontecimentos.

“Não consigo entender como alguém que planeja investir de 17 a 20 milhões de euros, almejando um projeto grandioso, desconhece o funcionamento das coisas”, afirmou Galdeano. “Alonso recebe orientações inadequadas. Ficou surpreso quando a UCI informou que sua equipe não seria do WorldTour no primeiro ano. Ele precisa de aconselhamento mais eficaz, pois o ciclismo é tão complexo, se não mais, que a Fórmula 1. Pensou que poderia chegar com dinheiro e fazer o que quisesse. Não é assim.”

Ruptura Com a Euskaltel

Recentemente, Alonso expressou seu pesar pela ruptura com a Euskaltel, sem revelar, no entanto, os motivos da discórdia entre as partes. Em entrevista ao L’Equipe, ele declarou: “Quando as negociações com a Euskaltel desmoronaram no último minuto, fiquei triste por não poder estar pronto para 2014. Por outro lado, poderíamos ter avançado sem o melhor nível de competição. Já era o final de setembro, e estava ficando tarde para tentar criar a equipe que queríamos. No final do dia, estou feliz e prefiro construir a equipe do meu jeito.”

O desejo de Alonso em conduzir as coisas “à sua maneira” e estabelecer uma equipe de alto nível para 2015 foi desafiado pela complexidade do processo de aquisição, levando Galdeano a concluir que os bascos não foram os culpados pelo fracasso nas negociações.

“Euskaltel apresentou as coisas como eram e não tem culpa alguma”, destacou Galdeano. “Alonso se precipitou. Ele tinha suas próprias ideias, e quando viu o que a Euskaltel oferecia, não quis. Acredito que Alonso recebe orientação inadequada e continua assim.”

A Saída de Alonso

Com a saída de Alonso, a Euskaltel encerrou suas atividades no final da temporada. O colapso da singular equipe basca, que nutria talentos locais na rica região do norte da Espanha, sucedeu a uma acirrada disputa interna no time.

Galdeano assumiu como gestor da equipe antes da temporada de 2013, afastando o fundador Miguel Madariaga, com o aumento do apoio da empresa telefônica Euskaltel para garantir a presença da equipe no UCI WorldTour.

Como Foi e Nova Gestão?

A nova gestão quebrou a política de longa data da equipe de contratar apenas ciclistas bascos, algo que Galdeano descreveu como um “desastre”. Em suas palavras, “Se me perguntassem hoje se eu assinaria com ciclistas estrangeiros, eu diria não. Tudo foi um desastre. O projeto foi promovido, depois parou, depois foi destruído. Se me perguntassem se faria tudo de novo, eu diria que teria que ser louco. Perdi muito.”

Ambos os principais patrocinadores da equipe informaram aos ciclistas em julho que não tinham dinheiro suficiente para continuar apoiando a equipe.

Galdeano lamenta o colapso da franquia Euskaltel, que remonta a quase duas décadas. Ele afirma: “Não fui eu quem destruiu este projeto. Acabei sendo o bode expiatório, e isso é algo que aceito, mas este projeto terminou sem que ninguém soubesse o porquê.”

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