Campeão do Tour de France em processo de falência revela ajuda de Lance Armstrong “ele me ajudou muito, é um homem bom”
Sir Bradley Wiggins, ex-vencedor do Tour de France e múltiplo medalhista de ouro olímpico, tem enfrentado dificuldades financeiras significativas nos últimos anos. A mais recente avaliação de sua situação de falência revelou uma dívida de quase 2,4 milhões de euros.
Apesar do cenário desafiador, Wiggins encontrou suporte em uma fonte improvável: Lance Armstrong, a polêmica figura do ciclismo.
“Lance Armstrong me ajudou muito nos últimos anos”
Conhecido por seu declínio após admitir uso de doping, Armstrong desenvolveu uma forte amizade com Wiggins ao longo dos últimos anos.
A relação entre os dois se aprofundou a ponto de Armstrong encorajar Wiggins a buscar terapia para lidar com traumas passados, incluindo abusos que sofreu na juventude. Inicialmente relutante, o britânico finalmente aceitou o conselho, com Armstrong pagando integralmente um programa intensivo nos Estados Unidos.
“Lance me ajudou muito nos últimos anos, especialmente neste ano. Ele falou sobre terapia e quer pagar para eu ir a um grande centro em Atlanta, onde você fica por uma semana”, revelou Wiggins no podcast High Performance. “
“Ele é um homem bom. Ele fez o que fez, e isso não justifica suas ações, mas há um coração ali em algum lugar”, afirmou Wiggins.
“Meu filho me fez perceber o modo autodestrutivo em que estava”
A decisão de buscar ajuda veio em um momento crucial para Wiggins, que enfrentou uma combinação de desafios de saúde mental e dificuldades financeiras nos últimos anos.
“Houve momentos muito extremos. O último foi há cerca de um ano, sem entrar em muitos detalhes. Eu permaneci em um lugar muito sombrio, em um quarto escuro por muitos dias, em um hotel. Meu filho foi quem interveio e me fez perceber o modo autodestrutivo em que estava”, relembrou Wiggins.
“Eu me recusava a aceitar ajuda. Pensava: ‘nenhum terapeuta vai ser educado o suficiente para entender o que está acontecendo na minha cabeça’. Havia sempre algo me causando problemas, me impedindo de ser feliz.”
“Passei os últimos anos colocando minha vida em ordem”
Com o apoio de familiares e amigos, Wiggins conseguiu reconstruir sua vida e mudar sua perspectiva. “Estou, honestamente, estou no melhor lugar em que estive em 44 anos de vida. Isso se deve, em grande parte, ao fato de que experimentei os piores momentos e enfrentei lugares muito sombrios por várias razões”, explicou.
Wiggins também refletiu sobre como culpava seu sucesso pelos problemas, mas reconheceu que as causas eram mais complexas. “Passei os últimos cinco anos colocando minha vida em ordem. Finalmente, assumi a responsabilidade e saí da posição de culpar os outros”, finalizou Wiggins.