Marion Sicot, ciclista francesa, atualmente com 32 anos, alimentava o sonho de se tornar uma das melhores do mundo no ciclismo. No entanto, sua trajetória ficou marcada por dois episódios de suspensão por doping.
Recentemente, ela foi condenada pelo tribunal de Montargis a 10 meses de prisão com pena suspensa, além do pagamento de uma multa de 5.000 euros, conforme relatado pelo jornal francês L’Équipe.
Ciclista confirmou a utilização de EPO e Clenbuterol
A atleta admitiu ter usado EPO Clenbuterol durante sua carreira, período em que correu pela equipe italiana Servetto Footon e, posteriormente, por duas temporadas na belga Doltcini-Van Eyck Sport. A primeira infração de Sicot ocorreu em 2019, quando testou positivo para doping. Apesar de inicialmente alegar inocência, ela confessou ter adquirido EPO pela internet.

Acusações contra o diretor da equipe
Marion Sicot relatou que viveu momentos difíceis enquanto competia pela equipe belga. “Eu estava trancada na minha bolha, andar de bicicleta era toda a minha vida. Queria tentar seguir o melhor. Disse a mim mesma que talvez os outros estivessem fazendo isso, então tentei também.”
Além disso, a ciclista denunciou o comportamento abusivo de Marc Bracke, diretor da equipe Doltcini-Van Eyck Sport. Segundo Sicot, ele exigia que ela enviasse fotos de roupas íntimas todas as segundas-feiras, sob o pretexto de monitorar seu peso.
Essas circunstâncias levaram a Agência Francesa Antidopagem a reduzir sua punição para dois anos em vez de quatro. Apesar das acusações contra Bracke terem sido rejeitadas em 2022, a UCI o proibiu de ocupar cargos oficiais. Em outubro do mesmo ano, Bracke cometeu suicídio.
“É muito fácil obter e usar doping”
Antes de sua passagem pela equipe belga, Sicot já havia usado substâncias proibidas durante o período em que competia pela formação italiana Servetto Footon. Na época, enfrentava dificuldades pessoais e recorreu ao doping como uma forma de melhorar o desempenho.
“É muito fácil obter e usar doping. Ou você conhece alguém ou acessa a internet. Foram apenas 500 ou 600 euros”, revelou Sicot ao L’Équipe.
Ainda assim, a ciclista afirmou que os resultados do uso de EPO não atenderam suas expectativas. “Durante as competições e treinos, nem percebi os benefícios.”

Médico também condenado
Além de Marion Sicot, outras duas pessoas foram condenadas pelo tribunal de Montargis devido à sua ligação com os casos de doping. Um antigo amigo da ciclista, que facilitou o acesso ao EPO, foi condenado a dez meses de prisão com pena suspensa e a uma multa de 10.000 euros.
Já o médico que prescreveu a substância proibida recebeu a mesma pena de prisão que acabou suspensa, além de uma multa de 20.000 euros. Ele também foi impedido de exercer a profissão por 6 meses.