Diretor da UAE confirma objetivo de vencer Giro, Tour e Vuelta em 2025 “queríamos fazer isso e foi a Jumbo que conseguiu”
O diretor esportivo da UAE Team Emirates-XRG, Joxean Matxín Fernández, concedeu uma entrevista ao jornal esportivo espanhol AS para comentar sobre os desafios da equipe, projeções para o futuro e o desempenho de seus ciclistas.
O basco havia afirmado no início de 2024 que “Pogacar teria um ano ainda melhor que em 2023”, previsão que se confirmou com o esloveno alcançando performances históricas no ciclismo mundial na temporada passada.

“A ideia é manter a linha da temporada passada”
A UAE Team Emirates iniciou 2024 de forma avassaladora, acumulando cinco vitórias já em fevereiro. Fernández destacou a continuidade da estratégia vencedora da equipe: “A ideia é manter a linha da temporada passada, com a certeza de que, possivelmente, podemos alcançar coisas que conquistamos no ano passado com muita ambição”.
A equipe foi a melhor em pontos por dois anos consecutivos (2023 e 2024) e, segundo o diretor, “Tadej tem sido o líder indiscutível nesse quesito nos últimos quatro anos”.
Em 2024, a equipe conquistou 81 vitórias, ficando próxima do recorde de 85 triunfos em uma única temporada, alcançado pela Columbia HTC em 2009. Fernández admitiu que o objetivo inicial não era superar essa marca, mas que, com a proximidade, a equipe se permitiu sonhar:
“Quando faltavam quatro vitórias, tivemos duas boas corridas e ficamos otimistas”. Ele também ressaltou a força coletiva da UAE Team Emirates: “Vencemos com 20 ciclistas diferentes, mostrando nossa estrutura, sem depender de sprinters como a Columbia teve com Cavendish”.

A vitória de Jan Christen e o trabalho de António Morgado
Ao falar sobre a dinâmica da equipe, Fernández discordou da ideia de que alguns ciclistas poderiam liderar outras equipes, mas preferem permanecer na UAE Team Emirates. Ele citou o exemplo do Challenge Mallorca: “Marc Hirschi é um dos melhores do mundo, mas não venceu porque corremos em equipe, com a vitória de Christen e o trabalho de António Morgado”.
O relacionamento com os ciclistas também foi um tema abordado. Vários atletas, como Marcos Freire, Pablo Torres e Juan Ayuso, destacaram a forma como Fernández os trata. O diretor comentou: “Todos se sentem valorizados porque tento ser eu mesmo. Se você dá apoio a alguém nos momentos difíceis, essa pessoa valoriza isso”.

“Queríamos fazer isso há alguns anos e foi a Jumbo que conseguiu”
O grande objetivo para 2025 é vencer as três principais competições do ciclismo: Giro d’Italia, Tour de France e Vuelta a España. Fernández reconhece a dificuldade, mas se inspira no feito da Jumbo-Visma em 2023:
“É um desafio, claro. Partimos da premissa de que queríamos fazer isso há alguns anos e foi a Jumbo que conseguiu (em 2023 a equipe holandesa venceu o Giro com Roglic, o Tour com Vingegaard e a Vuelta com Kuss)”.
“Você vê isso tão perto e, quando acontece, tão longe. Esse, é um dos desafios que é positivo para a motivação quando você vê que uma equipe já fez isso”.
“Pelo que vejo de fora, naquela época foi uma situação um pouco desagradável (na Vuelta, com Kuss, e a reunião que a equipe teve depois do Angliru para que não houvesse mais ataques de Primoz Roglic). Buscamos dar esse espaço aos ciclistas para que depois, em certas corridas, haja harmonia e todos possam ficar felizes, como aconteceu no Tour ou no Giro quando Tadej venceu”.

“Tadej anunciará em breve o seu calendário”
A equipe já definiu que o Tour de France será centrado em torno de Tadej Pogacar. Quanto à Vuelta a España, Fernández assegurou: “Seremos competitivos nos três Grand Tours. Os oito ciclistas de cada corrida já foram definidos e, em breve, no UAE Tour, Tadej anunciará em breve os próximos passos do seu calendário”.