Diretor da UAE Team Emirates revela como administra tantos líderes “você só tem problema se não tiver líderes”
A UAE Team Emirates foi a equipe mais vencedora da temporada passada. Com uma lista ciclistas que além de Tadej Pogacar inclui talentos que seriam capitães em praticamente todas as outras equipes do World Tour, como Adam Yates, João Almeida, Juan Ayuso, Isaac del Toro, Pavel Sivakov e Jay Vine.
Esse excesso de líderes não causaria conflitos entre os integrantes da equipe? O diretor esportivo da UAE Team Emirates Joxean ‘Matxín’ Fernández, tentou explicar como a equipe lida com isso, em uma entrevista ao canal belga Sporza.
“Você só tem problema se não tiver líderes”
“Ter muitos líderes não é um problema. Você só tem problema se não tiver líderes”, afirmou Matxin, rejeitando críticas sobre o excesso de capitais dentro da equipe.
Rumores no pelotão apontaram para um desentendimento entre Pogacar e Ayuso na última temporada, principalmente durante a ascensão ao Col du Galibier, no Tour de France. Isso teria ocorrido, em parte devido ao desejo de Ayuso por mais liberdade nos Grand Tours. No entanto, Matxin minimizou o caso: “Não tenho opinião sobre rumores”.
Juan Ayuso lamenta “tive dificuldades mentais com isso”
Juan Ayuso participou de detalhes sobre sua relação com o campeonato mundial. “No Tour só consegui ajudar Tadej em uma etapa e meia de montanha. Tive dificuldades mentais com isso”, revelou.
Apesar disso, Ayuso enfatizou que mantém um bom relacionamento com Pogacar: “Tadej e eu conversamos sobre isso em particular e ainda temos um relacionamento muito bom”.
Mesmo em competições sem Pogacar, a disputa pela liderança permanece acirrada. O jovem suíço Jan Christen, de 20 anos, sentiu essa dinâmica na pele ao perder algumas oportunidades na última temporada.
“Em certos momentos pensei: ‘Caramba, talvez eu pudesse ter vencido’. Mas, no final, talvez um companheiro de equipe vença e você tenha feito um bom trabalho por ele. Isso também é bom”, refletiu Christen.
“Você pode trabalhar em equipe no final”
Embora a concentração de líderes crie desafios, também impulsionou a equipe a atingir novos patamares. “Se você não treinou o suficiente e não está focado, 3 ou 4 outros companheiros de equipe serão os melhores que você, e você terá que ajudá-los”, explicou Christen.
Nils Politt destacou outro benefício: “Por ter vários líderes em uma equipe, você pode trabalhar em equipe no final. Fizemos isso várias vezes nas clássicas da temporada passada”.
“Matxín monta o calendário perfeito para cada ciclista”
A chave para manter todos os ciclistas satisfeitos não está no planejamento estratégico elaborado pela Matxin. “Matxín monta o calendário perfeito para cada ciclista”, revelou Pavel Sivakov. “Um calendário em que o ciclista tem espaço para as suas próprias ambições”.
Essa flexibilidade também se aplica ao Ayuso. “Em 2025, ele terá momentos em que terá que trabalhar e momentos em que terá espaço para suas próprias ambições (o espanhol será um dos líderes no Giro d’Italia)”, garantiu Matxin Fernández.
