Ex-vencedor do Giro d’Italia revela momentos de pânico na Jumbo-Visma “foi o pior período da minha vida”
Tom Dumoulin e a Jumbo-Visma não tiveram um relacionamento bem-sucedido. Embora já era sabido que o ciclista holandês não se sentia bem durante esse período, em uma conversa com a revista holandesa Mezza, ele revelou mais detalhes sobre esses momentos difíceis. “Foi o pior período da minha vida”, declarou Dumoulin.
Troca de equipe em 2020
Em 2020, Dumoulin, vencedor do Giro d’Italia (2017), trocou a equipe Sunweb pela Jumbo-Visma, após uma temporada difícil no ano anterior, que o levou ao limite físico e mental.
“Quando cheguei à Jumbo-Visma, enterrei a cabeça na areia. Não ousava admitir isso para mim mesmo, mas eu me sentia péssimo. Toda a equipe estava em ascensão, fazendo um ótimo trabalho, e eu era o único que não estava bem, lutando constantemente.”
“Em um ambiente assim, não há espaço para se sentir mal. Eles realmente tentaram ajudar, mas quando você está passando por um momento difícil, você só quer um abraço”, continua Dumoulin.
“Pessoas diziam: ‘Meu Deus, Tom, vamos ver juntos como podemos ajudá-lo a se reerguer.’ Mas eu tinha a sensação de que eles queriam dizer: ‘Sim, garoto, você ganha muito dinheiro, e isso exige certas performances.’ Com razão, é claro, mas isso não funcionou para mim.”
Capitão no Tour de France no pior momento da vida
“Entrei em pânico? Naturalmente. Quando a pandemia de COVID-19 começou em 2020, fiquei em casa por meses. Eu me sentia tão mal. Tinha problemas intestinais graves, minhas fezes eram um muco com sangue, não eram mais fezes, não conseguia treinar direito”.
“Ao mesmo tempo, a equipe me apontou como um dos líderes para o Tour. Foi terrível. O pior período da minha vida.”
Nunca assistirei documentário sobre o Tour de France 2020
No documentário da NOS: “Acho que os limites foram ultrapassados” Dumoulin afirma que não conseguiu lidar bem com toda a atenção durante esse período.
“Foi terrível. Nunca assistirei ao documentário que a NOS fez sobre a Jumbo-Visma, ‘Code Geel’. Essa é uma versão cinematográfica de mim no meu ponto mais baixo. Claro que a NOS tinha todos os direitos de filmagem, isso foi anteriormente acordado. Mas, nesse momento, eu, como pessoa, fui a vítima.”
Filmagens ultrapassaram os limites
“Sim, eu realmente acho que os limites foram ultrapassados. Veja, na vida normal, muitas pessoas também enfrentam dificuldades no trabalho”.
“Mas não há câmeras por toda parte, nem jornalistas, fãs e patrocinadores exigindo explicações se seu desempenho for abaixo do esperado. Todos os outros estavam focados em se destacar. Eu realmente não conseguia expressar meus sentimentos sobre isso. Eu me senti muito sozinho”, finalizou Tom Dumoulin.
