Gregário de Primoz Roglic revela a difícil preparação da Red Bull Bora para o Tour “eu não estava preparado para essa carga de trabalho”
Primoz Roglic voltou ao Tour de France em 2024 com a expectativa de finalmente conquistar o título, desta vez representando uma nova equipe. Contudo, o sonho do esloveno foi novamente interrompido devido a uma queda, mantendo sua relação difícil com a competição.
Matteo Sobrero, seu companheiro de equipe na Red Bull-BORA-hansgrohe, compartilhou suas reflexões sobre a experiência no Tour e a intensa preparação para o evento, em entrevista ao Bici.pro.
“Eu tinha consciência do meu papel na equipe”
Sobrero, que estreou no Tour de France em 2024, recordou o planejamento meticuloso da equipe, que começou logo no final de 2023. “Tinha consciência do papel que a equipe me tinha atribuído, desde o primeiro estágio, em dezembro do ano passado”, explicou o italiano, de 27 anos.
“Nos Grand Tours eu teria que ajudar os líderes, enquanto em outras corridas eu mesmo teria espaço para correr atrás de um resultado.”
Antes do Tour, Sobrero destacou-se em competições como o AlUla Tour, onde conquistou o 4º lugar na classificação geral, e na Milan-San Remo, onde surpreendeu com sua performance consistente, finalizando na 12ª posição.
“Não estava acostumado com essa carga de trabalho”
Com a chegada da Red Bull como patrocinadora, a preparação para o Tour de France se intensificou. Sobrero observou que a equipe investiu mais recursos e atenção na competição. “Como resultado, a equipe investiu muito no Tour, talvez até demais”, disse.
Ele também comentou sobre sua adaptação a uma rotina mais exigente: “Eu não esta acostumado com essa carga de trabalho. Saímos no dia 10 de maio e quase não voltamos para casa até a última etapa. Também perdi o campeonato italiano.”
O italiano explicou a longa e cansativa preparação. ‘Primeiro fomos para a França para fazer algum reconhecimento. De lá fomos para Andorra para um estágio em altitude”.
“Em seguida, corremos a Dauphiné e finalmente voltamos para um Training Camp em altitude em Tigne. Terminada a preparação, houve a apresentação oficial da Red Bull na Áustria, após a qual partimos para Florença”, revelou Sobrero.
Os impactos físicos e psicológicos
Sobrero destacou o impacto dessa rotina sobre o corpo e a mente dos atletas: “São esforços que você faz que não pesam, principalmente com a adrenalina do momento. Mas assim que você para por um momento, o cansaço toma conta de você.”
“Todos os meus companheiros que terminaram o Tour de France disseram que sentiram os efeitos do longo período de estresse”.
Apesar de uma pequena pausa após o Tour, aquele período intensivo continuou a ter impacto em Sobrero. “É algo que eu pessoalmente carreguei comigo até a última corrida da temporada”.
No outono, o italiano enfrentou dificuldades, com uma série de abandonos em competições, encerrando sua temporada na 18ª colocação do Gran Piemonte.