Johan Bruyneel revela sua experiência com a fusão da Radioshack e Leopard-Trek: “Foi um desastre”
O mundo do ciclismo está apreensivo desde domingo à noite, por uma possível fusão entre a Jumbo-Visma e a Soudal Quick-Step. As duas superpotências estão em negociações desde julho. A fusão pode ser concluída a qualquer momento, mas por enquanto permanece silenciosa. Nenhuma das equipes emitiu qualquer comunicado oficial sobre o assunto, até o momento.
O experiente especialista Johan Bruyneel sabe melhor do que ninguém o que tal fusão implica. E ele não tem lembranças agradáveis disso. Em 2011, sua equipe, Radioshack se fundiu com a Leopard-Trek. “Isso foi um desastre completo”, diz ele em entrevista ao jornal belga Het Nieuwsblad.
“Conseguimos organizar tudo corretamente com os ciclistas e o staff. Tínhamos oito ciclistas a mais, à época, mas encontramos boas soluções para eles. Alguns meninos foram pagos, outros se transferiram para outras equipes, no entanto, continuaram a ser pagos pela nossa equipe. Essas equipes então, receberam um ciclista de forma totalmente sem custo.”
Eu era um intruso na nova equipe
A nível pessoal, porém, a fusão foi uma tragédia. “Flavio Becca, o homem forte da Leopard, havia me avisado antecipadamente, que os irmãos Schleck e Fabian Cancellara faziam tudo à sua maneira. Eu era visto como um intruso.
Fontes confirmaram à Bruyneel, que a negociação permanece
Bruyneel enfatiza que as negociações de fusão entre Jumbo-Visma e Soual Quick-Step ainda são um boato. “Mas eu mesmo fiz algumas ligações e é possível. Também vejo lógica nisso em diversas áreas. O principal motivo de uma fusão é sempre o mesmo para mim: dinheiro. Caso contrário, você não faria isso.”
“Depois de 2024, o Jumbo deixará de patrocinar e aparentemente a equipe não tem garantias para o futuro. A Soudal é uma boa opção: tem experiência no mundo do ciclismo. Normalmente, um patrocinador deve ter um período de adaptação, no entanto, com a Soudal isso não acontecerá.”
INEOS com Roglic ou Evenepoel?
A Jumbo-Visma tem atualmente três ciclistas de Grand Tour na equipe. Cada um deles conseguiu vencer um Grand Tour nesta temporada. Uma megafusão, significaria que Remco Evenepoel também se juntaria a esse grupo de estrelas. Para Bruyneel, a grande grande dúvida está em quem irá para INEOS: Roglic ou Evenepoel?’
“Ouvi dizer que Roglic quer ir embora e pode ir embora. Diz-se que as discussões estão em andamento com a Movistar, embora eu pessoalmente pense, que a INEOS Grenadiers seria uma opção melhor para ele. Também não vejo Evenepoel fazendo a transição para a equipe da fusão. Remco tem a mentalidade vencedora de um verdadeiro campeão. Não o vejo se tornando companheiro de equipe de Vingegaard e Roglic tão cedo.”
