Primoz Roglic inicia temporada contra Jonas Vinegegaard em Portugal “o objetivo é buscar a forma da Vuelta do ano passado”
Primoz Roglic raramente precisa de tempo para pensar antes de responder às perguntas da mídia. Ele é conhecido por ser direto, por encerrar entrevistas pré e pós-corrida com uma resposta divertida, antes de voltar ao seu foco principal: vencer competições.
O esloveno foi o centro das atenções durante o Mídia Day da Red Bull Bora-hansgrohe. Uma pergunta, abri em especial, o fez respirar fundo e abriu a série de questionamentos: “O que mais te motiva a ter sucesso, a vencer?”
“Pergunta difícil, hein… Mas, seja difícil ou não, eu apenas quero ser eu mesmo”, respondeu Roglic, após uma longa pausa, a um pequeno grupo que jornalistas.
Primoz Roglic e Tadej Pogacar somam 176 vitórias profissionais
“Tenho uma oportunidade incrível na minha vida e no tempo que estou aqui. Troquei de esporte, passei de saltador de esqui para ciclista, e jamais poderia imaginar que conseguiria me sair tão bem e vencer algumas corridas de bicicleta“, afirmou Primoz Roglic, confessando sua surpresa pelo sucesso na modalidade, que começou a competir somente aos 23.
Desde que entrou no ciclismo profissional, Roglic, 35 anos, acumulou 88 vitórias, o que o coloca como o 4º ciclista ativo com mais vitórias, casualmente empatando com seu compatriota Tadej Pogacar (UAE Team Emirates-XRG), também possui 88 triunfos como ciclista profissional.

“Sou tímido, prefiro ficar sozinho ou me esconder em algum lugar”
Naturalmente reservado, ele tende a ser discreto fora das competições, contrastando com sua postura agressiva e implacável sobre a bicicleta. Como líder da Red Bull-Bora-Hansgrohe e cinco vezes campeão de Grand Tours, ele compreende sua responsabilidade como exemplo, preferindo liderar pelo desempenho em vez de discursos grandiosos.
“Sou tímido, normalmente, prefiro ficar sozinho ou me esconder em algum lugar”, confessou Roglic sobre sua relação com os novos companheiros, antes do início da temporada. “Mas eu tento conhecer as pessoas, especialmente os caras com quem trabalharemos juntos.
“Não quero passar a impressão errada (de ser excessivamente reservado), digo, ainda não mordi ninguém, apenas as barrinhas energéticas e os géis”, brincou Primoz Roglic.

“Ele lidera pelo exemplo, não com discursos longos”, afirma diretor
Para Rolf Aldag, diretor da Red Bull-Bora-Hansgrohe e presente durante a entrevista, a vitória de Roglic na Vuelta a España 2024 demonstrou sua liderança e como ele se consolidou no time em seu segundo ano.
“Ele ainda tem essa atitude incrivelmente positiva com relação ao seu trabalho e lidera pelo exemplo, não com discursos longos”, disse Aldag. “Mas, se você lhe der espaço, ele tem muito a dizer. Em nossa primeira reunião de equipe em outubro, ele subiu ao palco para falar com o time, e isso foi muito especial”, complementou Aldag. “No mundo do ciclismo, com cerca de 400 ciclistas no WorldTour, existem poucos como ele.”

Início da temporada contra Vingegaard na Volta ao Algarve
Agora, Roglic busca um retorno ainda mais forte em 2025, mirando o Giro d’Italia e o Tour de France, após ser considerado o “quarto” dos quatro grandes do ciclismo antes de sua queda no Tour.
Sua temporada começa na próxima quarta-feira (19.02), na Volta ao Algarve, uma das 4 corridas em seu calendário até o momento. Com Jonas Vingegaard também estreando em Portugal, esse será o primeiro embate de Roglic contra um dos principais candidatos ao Tour de France.

“Objetivo é buscar a forma da Vuelta 2024”
“O objetivo é atingir minha melhor forma. Os resultados virão como consequência”, afirmou Roglic. “Por dentro, ainda me sinto com 20 anos. Posso até pintar o cabelo para parecer mais jovem”, brincou, antes de retomar o tom sério. “O objetivo é buscar aquela forma da Vuelta do ano passado”, complementou Roglic.
“Não podemos controlar o desempenho de Pogacar e Vingegaard” afirma diretor
Aldag e a equipe acreditam que, mesmo aos 35 anos, Roglic segue evoluindo. “Ainda sentimos que ele está melhorando. Não vemos isso como uma fase de declínio, mas sim de crescimento”, destacou Aldag.
“O que não podemos controlar é o desempenho de Pogacar e Vingegaard. Mas se fizermos tudo certo, seremos competitivos e no mundo do ciclismo, com cerca de 400 ciclistas no WorldTour, existem poucos como ele”, finalizou Rolf Aldag.