Grave crise na Lotto Dstny é refletida em saída de capitão, jovem promessa pode seguir mesmo caminho
O belga Maxim Van Gils, atualmente em 14º lugar no ranking de ciclistas da UCI, busca sair da Lotto Dstny por uma razão simples: a possibilidade de um contrato mais lucrativo em outra equipe.
Suas performances em grandes clássicas colocaram-no em destaque no pelotão, e o ciclista deseja um salário que reflita sua posição. No entanto, conforme relata o jornal belga Het Laatste Nieuws, a saída do ciclista de 24 anos, reflete uma grave crise na equipe, que inclui conflitos internos e a possível saída de outra jovem promessa.
Conflitos sobre bonificações
A relação entre Van Gils e a direção da Lotto Dstny já apresentou problemas no início do ano. Em fevereiro, o ciclista venceu o contrarrelógio da Ruta del Sol e, devido ao cancelamento de outras etapas por mau tempo, foi declarado o vencedor geral.
Van Gils solicitou à equipe o bônus referente à classificação final, mas a equipe negou, pagando apenas o prêmio pela vitória da etapa.
A decisão foi baseada num regulamento da UCI que atribuiu pontos apenas pela etapa, ignorando a Classificação Geral da competição. O episódio gerou frustrações, que se mantiveram ao longo da temporada, agravando a relação do ciclista com a equipe, que culminou com sua decisão de rescindir o contrato.
Multa por saída equivale a 15% do orçamento da equipe
Embora Van Gils busque sua saída, a rescisão contratual envolve uma compensação financeira estimada entre 1 e 2 milhões de euros. Esse valor equivale a cerca de 15% do orçamento anual da equipe antes da saída imediata do patrocinador principal, Dstny. Apesar da possível injeção financeira, a Lotto Dstny reluta em cooperar com a transferência.
Jovem promessa da equipe pode seguir caminho de Van Gils
Um dos fatores que complicam o cenário é a pressão do patrocinador de bicicletas, Orbea, que gostaria de assistir vitórias de Maxim Van Gils com a bicicleta patrocinadora da equipe.
No entanto, a principal preocupação da Lotto é que uma saída facilitada para Van Gils, possa abrir precedente para outros ciclistas insatisfeitos, como a promessa belga Jarno Widar, vencedor o Giro Next Gen 2024, que recentemente optou por renovar seu contrato por mais um ano, após considerar também uma rescisão e ser demovido da ideia pelo seu staff.
Crise com CEO da Lotto Dstny
Além da situação de Van Gils, o CEO da equipe, Stéphane Heulot, enfrenta críticas crescentes. Patrocinadores reclamam de falhas na comunicação, enquanto o descontentamento interno entre os ciclistas aumenta.
A saída de nomes importantes como Victor Campenaerts (Visma-Lease a Bike) e Florian Vermeersch (UAE Team Emirates) foi mal recebida, e o conflito com Maxim Van Gils é visto como mais um golpe para Heulot, que está sob pressão para encontrar novos patrocinadores, após a confirmação da saída da Dstny na próxima temporada e administrar negociações contratuais de maneira mais eficaz.
Mudanças nas regras de transferência da UCI
O caso de Van Gils repercute em todo o mundo do ciclismo, especialmente após a UCI ter revisado suas regras de transferência em agosto. O objetivo é evitar conflitos entre equipes e ciclistas e promover acordos tripartidos.
No entanto, mesmo com as novas diretrizes, a situação de Maxim Van Gils permanece delicada e expõe os desafios de equipes menores para manter talentos, em meio a orçamentos limitados e expectativas crescentes.