Sean Kelly analisa Tadej Pogacar e suas chances no duplo Giro d’Italia e Tour de France “a possibilidade agora é muito, muito maior”
A busca de Tadej Pogacar por se tornar o primeiro ciclista, desde Marco Pantani, a conquistar a dobradinha Giro d’Italia/Tour de France ganhou novo fôlego recentemente.
Com seus principais rivais, Jonas Vingegaard, Remco Evenepoel e Primoz Roglic, enfrentando lesões significativas, o lendário ciclista irlandês Sean Kelly, acredita que as chances de Pogacar aumentaram significativamente.
As possibilidades cada vez maiores
Sean Kelly, vencedor da Vuelta a Espana e figura icônica no mundo do ciclismo, comentou sobre a situação em uma entrevista à revista Velo: “A possibilidade agora é muito, muito maior de vencer o Giro e o Tour”.
Ele ressaltou a incerteza em relação à preparação e ao programa de corrida dos rivais de Pogacar.
“À medida que as informações forem sendo esclarecidas, teremos uma ideia melhor de como eles estarão. Isso é algo para o qual os ciclistas e os especialistas que trabalham com eles ainda não sabem a resposta. Mas, para Pogacar, acho que suas chances melhoraram.”
Lesões de Vingegaard, Roglic e Evenepoel
Com Jonas Vingegaard ainda hospitalizado após quase duas semanas do grave acidente no País Basco, é cada vez mais improvável que o dinamarquês participe do Tour de France, muito menos que desafie Pogacar pela Maillot Jaune.
Kelly observa também, que a recuperação varia para cada ciclista. “Alguns indivíduos não precisam de muitas corridas e não precisam de muito trabalho de bicicleta antes de três grandes semanas. Alguns caras precisam de mais”.
“Portanto, cada indivíduo pode dar uma resposta diferente. Mas vai ser uma preocupação (para Vingegaard), e pode ser uma situação muito difícil quando se conta o número de semanas até o Tour.”
Lesões de Roglic e Evenepoel
Tanto Roglic quanto Evenepoel também sofreram lesões na mesma queda. Roglic escapou com cortes e hematomas, enquanto Evenepoel precisou de uma cirurgia devido a uma fratura na clavícula e outras lesões e Kelly comenta sobre a recuperação de Evenepoel:
“A clavícula normalmente não é tão complicada. Se for deslocado você pode fazer uma operação e voltar à bicicleta muito rapidamente. Mas a escápula pode demorar mais para cicatrizar e para poder voltar à bicicleta e fazer o trabalho que você precisa.”
A preocupação com as lesões de Pogacar
A principal questão agora é se Pogacar conseguirá chegar ao Tour sem lesões. Kelly lembra um incidente anterior:
“No ano passado ele sofreu aquela lesão na Liège-Bastogne-Liège. Eu disse no início do Tour que isso iria afetá-lo quando chegássemos mais tarde na corrida, quando você entrasse na terceira semana. A equipe estava conversando com ele, dizendo: ‘não, ele está virando com os watts que normalmente tinha, ele está em forma para vencer o Tour'”.
“Mas acho que eles sabiam que poderia haver um problema no início da última semana da corrida. E como eu estava prevendo, ele começou a enfraquecer. Ele começou a mostrar isso na terceira semana do Tour”, finalizou o irlandês.