Treinador da INEOS Grenadiers, questiona capacidade de Sepp Kuss, como líder único em um Grand Tour

Para o técnico da Ineos Grenadiers, Xabier Artetxe, a força mental de Kuss foi pelo menos tão importante, quanto seu potencial físico na sua vitória na Vuelta a España. Quando se trata de fazer três Grand Tours e vencer um, a boa forma é obviamente fundamental, mas também ter resiliência psicológica suficiente para lidar com tantas corridas, tem um papel importante.

Duas corridas antes do Giro d’Italia

“Também é verdade que é preciso um bom plano e Sepp Kuss só tinha feito duas corridas antes do Giro, o Tour dos Emirados Árabes Unidos (5º lugar) e a Volta à Catalunha (19º lugar), provavelmente levando as coisas com bastante calma em ambas, para estar na melhor forma para o verão”, afirmou o treinador espanhol ao site americano Cyclingnews.

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Kuss no UAE Tour

“Mas para mim, o fator chave é estar psicologicamente preparado para isso e nem todo mundo tem o tipo de mentalidade, que um cara como Sepp Kuss, claramente tem.”

Um elemento vital desse tipo especial de personalidade, diz Artetxe, é “ser o tipo de cara que não se preocupa em se concentrar muito, por períodos excepcionalmente longos, em estar em altitude, em comer o tipo certo de comida, em ter o tipo certo de peso.”

Talento discutível?

“Ele talvez não seja o tipo de cara que tem talento para liderar uma corrida, com todo o fato de estar na frente do grupo e todo o gerenciamento de estresse que isso implica”, continua ele. “Mas o resto, Sepp Kuss é um cara que sabe lidar muito bem com todas essas coisas.”

“Você também precisa ser um ciclista natural de Grand Tour, um daqueles caras com níveis de recuperação especialmente rápidos”, diz Artetxe. “Esse é o caso de Kuss, assim como foi para Carlos Sastre e Lejaretta (vencedor do Tour de France de 2008 e triplo especialista em Grand Tour).

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Artetxe com Egan Bernal

Controle de peso pós Grand Tour é fundamental

“Você tem quatro ou cinco semanas no máximo entre os dois eventos e as pessoas geralmente estão tão cansadas, mentalmente, que não conseguem se controlar nas duas semanas após um Grand Tour”.

“Você reduz enormemente sua taxa de trabalho e ao mesmo tempo você acaba comendo muito mais do que durante a corrida, então seu peso aumenta, pelo menos dois ou três quilos, e isso é difícil de controlar”.

“No entanto, se você conseguir gerenciar a recuperação e o lado do consumo de alimentos em um nível psicológico, então é definitivamente possível fazer isso.”

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